Genética e Câncer de Mama

Genética e Câncer de Mama: o que você precisa saber sobre os genes BRCA1 e BRCA2

O câncer de mama é uma das neoplasias mais comuns entre as mulheres em todo o mundo.
Embora a maioria dos casos seja esporádica, cerca de 5 a 10% têm origem hereditária — ou seja, estão relacionados a alterações genéticas que aumentam significativamente o risco de desenvolver a doença.

Dentre os genes mais estudados nesse contexto, destacam-se os BRCA1 e BRCA2.


O que são os genes BRCA1 e BRCA2?

BRCA é a sigla para BReast CAncer.
Os genes BRCA1 (no cromossomo 17) e BRCA2 (no cromossomo 13) são genes supressores tumorais, responsáveis por:

✅ Reparar quebras no DNA
✅ Manter a estabilidade genética das células

Quando ocorre uma mutação patogênica herdada, essa “barreira natural” de proteção é quebrada, aumentando o risco de câncer de mama e ovário.


Quais os riscos associados às mutações BRCA?

  • BRCA1
    • Risco de até 72% para câncer de mama
    • Risco de até 44% para câncer de ovário
  • BRCA2
    • Risco de até 69% para câncer de mama
    • Risco de até 17% para câncer de ovário

Homens com mutações em BRCA2 também têm maior risco de câncer de mama masculino e de próstata.


Quando indicar o teste genético?

Nem todas as mulheres com câncer de mama precisam fazer o teste genético.
A indicação segue critérios clínicos e familiares bem definidos:

Principais indicações:

  • Diagnóstico de câncer de mama antes dos 45 anos
  • Câncer de mama triplo negativo antes dos 60 anos
  • Câncer de mama bilateral ou múltiplos tumores primários
  • História pessoal ou familiar de câncer de ovário de alto grau
  • Histórico familiar de câncer de mama masculino
  • Múltiplos casos familiares de câncer de mama e/ou ovário (especialmente em parentes de primeiro grau)
  • Origem étnica de maior prevalência (ex: judeus Ashkenazi)
  • Diagnóstico de câncer de mama em homens

Por que é importante identificar uma mutação genética?

O teste genético pode mudar completamente o plano de cuidado da paciente e de sua família.

Entre os principais impactos estão:

  • Indicação de cirurgias redutoras de risco (ex: mastectomia profilática)
  • Rastreamento intensivo, com ressonância anual
  • Definição de tratamentos personalizados, como inibidores de PARP
  • Aconselhamento genético familiar, permitindo medidas preventivas em parentes portadores

O teste genético é para todas?

Não.
O teste deve ser individualizado, com aconselhamento genético antes e depois.

A paciente precisa compreender:

  • O que está sendo investigado
  • Quais são os possíveis resultados (incluindo variantes de significado incerto)
  • As implicações para sua saúde e de seus familiares

O ideal é realizar o exame com painéis multigênicos confiáveis, em laboratórios certificados internacionalmente, com análise feita por especialistas em genética médica.


Considerações finais

O avanço da genética tem transformado o manejo do câncer de mama.
Identificar mutações germinativas em genes como BRCA1 e BRCA2 permite uma abordagem mais precisa, preventiva e personalizada.

Como mastologistas, é nosso papel orientar, acolher e encaminhar as pacientes para avaliação genética quando indicado — sempre respeitando sua individualidade e valores.

A informação correta pode salvar vidas.
Se você tem dúvidas sobre seu risco genético, converse com seu médico de confiança.

 

Você pode marcar um horário com uma de nossas especialistas na unidade que ficar mais próxima de você!

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