Reposição Hormonal e Câncer de Mama: Mitos, Evidências e Cuidados

Reposição Hormonal e Câncer de Mama: o que dizem as evidências científicas?

A terapia de reposição hormonal (TRH) — especialmente com estrogênio e progesterona — é uma opção eficaz para aliviar sintomas do climatério, como:

  • Ondas de calor
  • Insônia
  • Alterações de humor
  • Secura vaginal
  • Perda de massa óssea

No entanto, ainda hoje há muita dúvida e até medo sobre a possibilidade dessa terapia aumentar o risco de câncer de mama.

Mas afinal: reposição hormonal causa câncer de mama?
E pacientes que já tiveram câncer podem fazer reposição?
Vamos entender melhor, com base nas evidências científicas mais atuais.


Reposição hormonal aumenta o risco de câncer de mama?

Sim — mas depende do tipo de terapia, do tempo de uso e do perfil da paciente.

O principal estudo sobre o tema é o Women’s Health Initiative (WHI), um dos maiores já realizados. Ele mostrou que:

  • Terapia combinada (estrogênio + progesterona sintética): associada a um pequeno aumento no risco de câncer de mama após cerca de 5 anos de uso contínuo.
  • Terapia com estrogênio isolado (usada apenas em mulheres que fizeram histerectomia): não aumentou o risco — e em alguns subgrupos, até houve redução discreta do risco.

Outros estudos confirmam que o risco relativo é modesto, mas real.
Estima-se que haja:

1 caso extra de câncer de mama a cada 1.000 mulheres que usam TRH combinada por um ano, após os 50 anos.


Importante:

O risco é dose e tempo-dependente — ou seja, quanto mais tempo de uso, maior o risco cumulativo.
Por isso, recomenda-se:

  • Usar a menor dose possível,
  • Pelo menor tempo necessário,
  • Com reavaliação periódica com o médico.

E para as pacientes que já tiveram câncer de mama?

Em mulheres com câncer de mama com receptor hormonal positivo (RH+), a reposição hormonal convencional é contraindicada — há risco de estimular células tumorais residuais e aumentar a chance de recidiva.

Em casos muito selecionados, como:

  • Tumores RH-, e
  • Sintomas climatéricos extremamente limitantes,

pode-se discutir alternativas, sempre com avaliação conjunta entre oncologia e ginecologia.


Opções não hormonais para tratar sintomas do climatério

  • Antidepressivos (ISRS/IRNS), gabapentina e clonidina (para ondas de calor);
  • Lubrificantes e hidratantes vaginais (para ressecamento);
  • Terapias não farmacológicas, como acupuntura, atividade física e suporte psicológico.

Mito ou verdade: toda reposição hormonal causa câncer de mama?

Mito.
A decisão sobre o uso da TRH deve ser individualizada, considerando:

  • Sintomas e impacto na qualidade de vida;
  • Idade e tempo desde a menopausa;
  • Presença ou não de útero;
  • Histórico familiar e fatores de risco para câncer de mama;
  • Histórico pessoal de câncer.

Considerações finais

Como mastologistas, vemos diariamente o medo que muitas mulheres têm da reposição hormonal — muitas vezes baseado em informações desatualizadas ou mal interpretadas.

É fundamental que os profissionais de saúde estejam atualizados, para oferecer uma abordagem segura, equilibrada e centrada na paciente.

Reposição hormonal não deve ser demonizada, mas usada com critério.
Informação baseada em evidência é a melhor aliada para decisões conscientes.


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